O DISCURSO FOTOGRÁFICO EM SUA TRAMA DE ENUNCIADOS: INTRODUÇÕES TEÓRICAS E PROPOSTA DE ANÁLISE

Profa. Sylvana Marques

(UFMA /Doutora/sylkellymarques@hotmail.com)

A fotografia se enraizou de forma demasiada em distintos contextos sociais e abarcá-la em toda a sua dimensão é uma tarefa improvável, por causa da sua amplitude temática. Então, estabelecemos o recorte, do ponto de vista acadêmico, no qual observamos esse objeto: o da ordem do discurso. Em seu caráter realístico ou simbólico a fotografia envolve o discurso da mimese e o discurso do referencial. Dubois (1993, p. 61) é um dos teóricos que relaciona a fotografia à impressão, ao traço, a marca e ao registro, compreendendo-a como um índice discursivo que diante do seu referente produz variadas interpretações. E vai além, por isso a fotografia é um objeto complexo que atrai vários olhares que almejam apreender seus sentidos; desde as disciplinas que a adotam como prova técnica de algum evento, até as áreas epistêmicas como a sociologia, a antropologia, a geografia e a história que buscam ir além da ilustração e abrem-se como itinerários para a compreensão dos múltiplos discursos presentes na abrangência imagética de seus elementos. Nesse norte, nos motivamos a expor a reconstrução de seu percurso, ocupando-nos em colocar, de maneira geral, as nuances que exerceu ao firmar-se nos diferentes contextos do espaço/tempo social, revisar a representação e o simbolismo que iluminam sua trajetória. Por fim, exemplificar a rede de tramas e representações enquadrados na fotografia por intermédio do discurso, que se analisado em sua origem, favorece o entendimento das relações de poder, dos significados culturais, políticos e ideológicos, privilegiados ou não.